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segunda-feira, 6 de junho de 2011

A GUERRA DOS HOMENS SEM TERRA

Um poema aos que lutaram, liderando movimentos pela sobrevivência e direitos dos que não sucumbiram ao poder do Estado.


Que gente são essas, trajando mortalha?
Não portam fuzil, não portam canhão, não portam metralha
Conduzem enxadas, conduzem machados, conduzem facão
São homens sem terra, que fazer guerra por falta de chão


São brancos, são negros, mulatos, morenos
Adultos, crianças, não há distinção
Que tem uma causa com muita razão
São gente sem terra
Que fazem guerra por falta de chão


Do norte e do sul, do leste, oeste sem ter direção
Que saem da cidade e vão pro sertão
Que vão pras cidades que saem do sertão
São homens sem terra, que fazem guerra
Por falta de chão


O protesto é ouvido... estão sendo discutidos
Interesse envolvido em toda a nação
A lei dos sem terra que fazem guerra
Por falta de chão


O Congresso aprova, o governo sanciona, o diário publica
A imprensa anuncia para toda nação
A lei dos sem terra que fazem guerra
Por falta de chão


Ficou escrito, ficou o edito em toda nação!
Tem corpo estendido, tem muito gemido
O luto é sentido em toda nação.
Os líderes da guerra, da gente sem terra
Ganharam a terra debaixo do chão.

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